O vosso tesouro.

'' Sinto o ar, por ente corpo, fraco de lutar. Quente o chão, desde metade que te levo a razão''

Longe iam os seus anos de juventude, desde a altura dos grandes bailes a altura de ficar em casa. Essas recordações eram agora amontoadas num dos quatro cantos do salão na última prateleira da estante velha. Os álbuns de fotografias, esses, cheios de pó, mantinham em segredo folhas de papel amachucadas de cartas de amor e loucuras antigas. A sala dava lugar a uma imagem antiga e rica da época e uma relíquia do presente. Tinha uma enorme lareira que dava para aquecer o R/Chão da casa. Tinha um vitral colorido no tecto que desfocava as folhagens caídas la fora sobre ele. Em baixo, ainda na sala havia uma longa janela, que quando as portas estavam abertas para fora, a sala iluminava se de cor de dia, já que de noite o candeeiro de velas era acesso pelas aias. A janela dava para uma clareira longa que la ao fundo se avistava o longo portão da entrada, como o meu avo me diz naquela altura era bom para verem se havia alguém a vir, e se fosse visitas indesejadas, tinham tempo mais que suficiente para fechar tudo, fingindo que não estava ninguém na casa.
Hoje tive de voltar lá a casa. Para lá chegar tive de passar ente atalhos e marcas já antigas. Tinha de desvendar sozinha e descobrir se algumas setas eram de acordo com a casa ou sobe outras herdades da família do meu avo. Percebi rápido que era para a casa. As folhagens e as árvores caídas não escondiam, nem conseguiam esconder, os longos e largos portões de ferro que a protegiam. A larga fechadura estava ferrugenta e tinha-se de fazer muita força para a conseguir rodar sem a partir nesse caso, era impossível a abrir, já que só havia um portão da casa, que eu me lembra-se. Após a abrir via se que até a entrada da casa ainda tinha se de andar um bocado a pé, e fi-lo com muito gosto porque aliás, estava em ''território da família Lima''. Ao centro havia uma fonte larga a fazer de rotunda. Lembro me de ser pequena e de lá chegar punha-me a olhar para uns peixes que o meu avô arranjava. Agora mais crescida penso como é estranho ter peixes numa fonte. Lembro-me de um pequenino laranja que tinha umas manchas na cabeça, talvez há uns anos atrás tenha sido uma amigo meu. Continuava a andar na estrada de brita a olhar para ambos os lados a ver aqui e ali umas roseiras. Árvores havia em abundância desde Nogueiras e Oliveiras, mas a precisarem de algum brilho. Continuei. Andei até chegar a uns metros da entrada secundária da casa. Havia um tanque protegido. Pensei logo que com um arranjo poderia vir a ser uma piscina. Mas não era a minha prioridade, dado ao facto de não me te lembrado mais disso. Em vez de entrar para o interior da casa fui dar a volta até às traseiras. A parte de trás demorava até lá chegar. Reparei que as paredes da casa precisavam de uma pintura nova e grades novas na janela. Finalmente cheguei. O jardim ! Já não me lembrava de o ver assim com tantos pormenores. Uma coisa que não estava nada a espera, era ele estar todo aparado e tão bonito. O fiel amigo dos meus avós, acho que se chamava '' Zé'' qualquer coisa continuava a deslocar se da aldeia até cá. Fiquei feliz. Só se ouviam passarinhos a voar de um lado para o outro e o barulho do tilintar da água a bater nas pedras no regato perto da casa. Entrei pelo jardim. Só via verde por todo lado. Vi duas borboletas brancas, parecia que dançavam. Após tantos 'do li tá' para escolher a direcção que ia, cheguei ao fim. Só faltavam uns 2/3 metros para dar as paredes de toda a herdade. no lado direito havia mais umas arrecadações era onde se deveriam ter os animais ou arrecadações de lenha ou assim. Sentei-me, já estava disposta a ficar lá só uns 5/10 minutos já que não me podia demorar, lembro-me de me ter imaginado na época da vindima com eles, a passear por lá. Levantei me e voltei para onde vim, mas desta vez ia ter com o resto da família para dentro de casa.
- '' Este é o tesouro dos meus avós''
Entrei e fechei a porta.

Extras: Este post é baseado em memórias da casa dos meus avós, o único lugar para mim mágico.

5 Comments:

  1. Anónimo said...
    olá Ana :P

    senti me como se ja la estive se estado. e estranho, mas muito bonito .

    Beijinhos
    Anónimo said...
    Adorei o que li :D

    Parece qe enquanto estou a ler imagino a casa , o jardim , até as parteleiras com os albuns de fotografias e os portoes.

    "Longe iam os seus anos de juventude, desde a altura dos grandes bailes a altura de ficar em casa. Os álbuns de fotografias, esses, cheios de pó, mantinham em segredo folhas de papel amachucadas de cartas de amor e loucuras antigas. "

    Esta foi a parte que mais gostei , faz pensar como os nossos avos eram mais novos quando tinham as suas namoradas :D

    E o final tambem esta muito giro "Entrei e fechei a porta."

    Adorei :D
    Anónimo said...
    Usas te todo o tipo de caracteizaçao possivel, admiro isso.
    E um lugar magico porque te faz sonhar, e a mim também. aposta nesse genero, quero ver mais .
    Continua.
    Adoro te :D
    Anónimo said...
    Está tao completo que nem tenho palavras.
    Adoro te pequenina xD
    Anónimo said...
    perfeito asserioo

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