Bateu a meia-noite de 31 de Dezembro de 2008. Por entre gritos, abraços, champanhe no ar e desejos para o ano que chegara, ausentei-me por pensamentos daquela agitação e pensei durante alguns segundos que 2008 era agora um passado coberto de recordações boas e más, mas todas elas importantes e memoráveis. O livro de 2008 acabara. Deixei de pensar nisso, mais tarde iria abordar esse assunto.

Sozinha, deitada na cama, debruçada sobre folhas e rascunhos, com a música da chuva no exterior, eu lembrei-me.
A vida para mim não é um livro, mas sim todos os livros representam um ano, neste caso já vou no 15º livro. No fim guardá-los-ei numa gaveta imaginária a quem chamamos de coração e memória.
2008 Fechou-se, deixando com ele algumas folhas em branco, significado esse de momentos por acontecer, palavras por dizer e actos e chamadas por concretizar. 2009 Chega com uma introdução longa e com um curto arrependimento de tudo o que fora realizá-lo nele. Umas mais que outras, está claro.
Ficou coisas por dizer, Catarina’’. Lembro-me como se fosse hoje de quando tive esta conversa, com o Telmo. Ficou muito por deitar cá para fora, mas muito pouco por fazer. Estive tempos ‘’revoltada’’ com tudo acabou, mas foi por bem, só por bem.
Com esse episódio e muitos mais acabei por crescer. Não tive pressa nem me forcei nem fui forçada a faze-lo. Ouvia vezes e vezes sem conta, tanta gente dizer uns para os outros ‘’cresce’’, ‘’deixa de ser criança’’. Não os censuro, porque nessa altura eu também o fazia, mas não passava de um conselho ou aviso ignorante e desnecessário, já que passados tempos fazíamos igual ou pior.
Por vezes temos que ser ‘’mais novos’’. Porque só assim podemos ter ‘’os nossos momentos’’. Desde escrever sobre fantasia, desde recordar… até de imaginar como seria ou será quando crescermos. Cada pessoa é obrigada a crescer de maneira diferente, a viver ao lado de quem no acolheu, e isso revela-se muito nos textos e na maneira de ser.
Dos tempos em que andava na Ruy d’ Andrade, lembrava-me de ser ingénua e anda de ‘’mão em mão’’.Eram só notas 5, e ficava chateada comigo própria quando tirava uma ou outra mais baixa. Não era obrigada a tira-las altas, apenas o fazia com a necessidade de me surpreender e de me levar ao limite. De mostrar a mim e aos outros que não deixei de ser inteligente e que consigo tirar mais ou melhor que os outros. Daí o facto de no próximo período eu queira que as notas sejam muito melhores. Já acredito que consigo e agora quero mostrar aos outros que ainda o consigo fazer. Não é que queira ser de nova a Catarina tímida, mas quero voltar a provar-me. Não penses que estou a ser ingrata ao ponto de por isto no blogue, mas é um passado que ficou marcado em mim e em muitos, e tu se me conheces, sabes bem que é verdade.
Mudei por mim. Ajudei-me a mim própria e não me posso esquecer os que me ajudaram. Devo-lhes muito e acho que já lhes paguei. No 7º ano estava irreconhecível. O meu comportamento mudou, e as notas baixaram consideravelmente. Ninguém fazia comigo o que fazia dantes. Conquistei respeito e alguma ‘’arrogância’’. Não estava revoltada apenas estava feliz e grata por me ter mudado assim em 3/4 meses.
Agora estou no 9º ano e considero-me feliz. Não estou concretizada, aliás ninguém o é. Tenho tanto que quero alcançar e tantos que quero ajudar.
Na escola o tempo passava como ninguém. Cada dia aprendia e ensinava os outros. Estão quase a retomar as aulas e tenho imensas saudades de toda a gente, dos amigos do basket, de toda a turma e dos amigos na internet que não tenho tido tempo nenhum para lhes dar a merecida atenção. De todas as brincadeiras enquanto jogávamos no intervalo, especialmente com o Paulo. Comecei a dar-me mais com outras turmas do que com a minha particularmente, o que não quer dizer nada. Não deixei de gostar deles, apenas encontrei outros que se interessam pelo mesmo desporto que eu. Tento não por a parte quem não gosta de basket, mas é complicado, porque por vezes eles não consegue ver o nosso lado e nós somos forçados a deixar de fazer o que nos corre nas veias por eles. Compreensão, amigos!
Só sei que tenho os melhores amigos do mundo, que os adoro e que não quero fazer nada para os magoar.

Desta forma percebo que cada linha da nossa história que é escrita a cada dia, pára onde menos esperamos nem que seja no mais longínquo e desconhecido apeadeiro ou ribeiro existente.
E foi assim que escrevi as primeiras páginas do meu 2009, que espero que no fim não sobrem folhas mas sim que tenha de por lá mais. Por novos amigos, por nova família, já que vou ter mais um irmão, O Miguel que irá nascer para Março deste ano. Ela passou as mãos nas folhas para as limpar de algum pó de carvão do lápis, olhou para o relógio e já eram 12:41. Como o tempo voa…

2 Comments:

  1. Anónimo said...
    Aprendi a conhecer-te melhor...
    Adoro-te!!


    (Olha depois manda me sms que perdi o teu numero, sim?)
    Anónimo said...
    acredito em ti!

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